VELHA ADOLESCÊNCIA

São os primeiros anos da velhice
Adolescência em modo diferente,
Por mais que seja sábio, sempre a gente
Se chateia, quebrada a mesmice.

O corpo que em nossa meninice
Seguia as ordens dadas pela mente,
Com os sessenta anos se ressente
De já não lhe seguir em ligeirice.

O músculo do amor, o coração,
Por já não ter aquela vibração,
Se dá prazer, o leva ao boticário.

E o outro nervo, a língua perde o gosto
Para o doce e o salgado, que desgosto
O velho adolescer ser um calvário.

Erigutemberg Meneses

In Poesia ré(bocada)