SÓIS, O QUE SOMOS
O teu sorriso aberto era um sol
No céu de face alva a enrubescer,
E este sol eu vi, ante o arrebol,
Querer em outro sol se aquecer.
E o meu sorriso, antes um farol
A clarear, e mal, o amanhecer
Se acendeu e o núcleo do paiol
De teu sorriso o meu fez astro ser.
E os dois sóis se enlearam lentamente
Em umbra sem penumbra, sendo um quente
O outro consumia-se em calor.
Da ebulição nasceu uma estrela
Que anima à vida e se revela
A quem verte sorrisos em amor.
Erigutemberg Meneses