HORAS DESIGUAIS
Quisemos ser, você bem diferente
E eu diferente apenas pouco mais...
Mas o instante vivido intensamente
Há um bom tempo já ficou pra trás.
Demos corda ao relógio e de repente
O engenho se quebrou, e num zás trás,
Movia-se um ponteiro para frente
E o outro nunca indo dele atrás.
Não voltam nunca as horas do passado...
Isso hoje compreendo desolado,
Num presente de horas no escuro...
Já indiferentes fomos o bastante,
Em horas desiguais... Àquele instante,
Que tal em hora incerta, dar futuro?
Erigutemberg Meneses