VOZES DAS ESTRELAS

Todas as noites, faço das janelas
Meu oratório e humilde sob o manto
Do céu noturno rezo e ouço com espanto
Vozes estranhas, vindo das estrelas.

Ouvindo-as comovido, sinto o pranto
Escorrer sobre as faces, indo às celas
Do coração abertas para as belas
Palavras de esperança e de acalanto.

E a vida, antes vista um deserto,
Transforma-se no pálio aberto
Da Via-Láctea e tudo faz sentido:

- As vozes das estrelas na escura
Noite, a mim, conduzem à leitura
De que é Deus quem fala a meu ouvido.

Erigutemberg Meneses