CAPA MÁGICA

Em minhas fantasias infantis,
Fui o herói Menino Invisível.
Vestido com a capa do impossível,
Dissipava-se ao toque do nariz.

Com tal poder, tornava-me invencível:
Perseguido, cobria-me e, num triz,
Sumia e de um mirante ia feliz
Zombar do inimigo desprezível

Anos depois, cansado do folguedo,
Em uma velha caixa de brinquedo,
Abandonei os sonhos de criança...

Não corro de ninguém mais nesse mundo,
Mas quando o embaraço é profundo,
Relembro a capa mágica da infância.

Erigutemberg Meneses