BANHO DE CHUVA

O que a chuva dá quando molhamos
O corpo junto a quem tanto queremos
É seiva de amor que faz dos ramos
Secos da vida flores de crisântemos.

E as poças rasas em que chapinhamos
Lado a lado dizem que seremos
Do mais belo jardim felizes amos,
Pois servos da alegria viveremos.

Não importa que logo copiosas
As águas se abatam sobre as rosas
E transforme o canteiro em lodaçal.
 
O que a chuva dá - e bem enrama
Os corpos - nutre a fronde de estranha
Planta que não se curva a temporal.
 
Erigutemberg Meneses