DESEJO
Já na lembrança, torna-se ofegante
Minha respiração, como se agulhas
Penetrassem a carne em fagulhas
No peito a disparar a todo instante.
Ardo e queimo, quando, ainda, distante
Ouço o passo e os lábios em borbulhas
São a boca do forno onde hulhas
Transforma o cristal bruto em diamante.
E já sentindo o toque, sob o lume
Dos olhos e da boca que em queixume
Tatua com a língua o céu da boca,
Inteira no abraço e já desnuda
Ofereço os gomos da carnuda
Vulva umedecida que ele toca.
Erigutemberg Meneses