O ESTRANGEIRO

Entre mim e mim mesmo outro mora
No mesmo corpo físico que habito
E entre nós três a quem eu mais evito
É o estranho a de mim nunca ir fora.

E quando este uso de escora
Às intenções eu entro em conflito
Com os demais uníssonos no grito:
- O estrangeiro sempre te explora.

Se um reza a Deus, outro, ao diabo,
O forasteiro  a orar em prol do rabo,
Da vida faz o céu, do corpo o templo.

A um tempo assumo aquele e o outro, às vezes,
Mas embora eu saiba dos reveses
Do estranho, deste sigo o exemplo.

Erigutemberg Meneses