SONETO À LUA

No céu de outrora havia uma lua
Pequenina e branca a esconder
Em seus místicos traços a mulher
Amada e de beleza igual a sua.

No mesmo céu ainda lá flutua
O astro, mas a musa como quê
Sumiu. Quem olha sob as nuvens vê
A deusa transformada em grande rua

O homem estacionou a espaçonave
E escavando o pó com gesto grave
Não quer despir a musa dos amantes.

A bailarina, a Náiade do espaço,
Para o astronauta, apenas, sob o aço
Da face fria esconde diamantes.

Erigutemberg Meneses