O MURO E A ROSEIRA

Ao ver tênue roseira dando flor,
No cimo de um muro em ruína,
Observei que tu sendo franzina
És a roseira e o muro velho eu sou.

Com uma diferença que alucina
Em nossa vida o tempo operou.
Andamos e quem passa olha a menina
Seguida por um velho, seu avô.

Fitando-te, ainda, jovem e faceira,
Eu imagino possa a roseira
Sem seiva sobre o muro emurchecer,

E que passando jovem jardineiro
Compadecido a regue e ligeiro
A faça o muro velho esquecer.

Erigutemberg Meneses