LAVAS DE MENTIRAS

Pensei que a saliva fosse lava
Dos lábios de vulcão que consumia,
Mas o ardor da boca que provava
Vinha de fogo-fátuo... Ela mentia...

E a mais fiel, ingênua escrava,
Cujo corpo entregava em alegria
E outros vulcões abria e me dava,
Como o fogo da boca, era heresia...

Jamais imaginei que fosse jogo
O amor que me jurava e tanto fogo
Pudesse ser fugaz em suas piras...

Como prever, pensar que fossem duas
Aquela que nas carnes rubras nuas,
Me consumia em lavas de mentiras?

Erigutemberg Meneses