REPRESA

Tudo é imaterial ante as janelas
Da casa da represa. Entre o monte
De árvores tranqüilas, lá defronte,
O céu se curva ao peso das estrelas.

Da rede no alpendre, fico a vê-las,
Saltando dos plumachos do horizonte,
Para o mergulho nas águas da fonte
De escamas redivivas amarelas.

E banhadas tomando as asas brancas
Da manhã infantil, frescas e francas,
Retornam radiantes para os céus,

Mas deixam sobre as águas o presente
De diamante que a manhã contente
Cata a despir a mata envolta em véus.

Erigutemberg Meneses