CARRO VELHO
Meu coração tem válvula vencida
E de teimoso bate em meu peito,
Como um motor já velho e sem jeito,
De revisão antiga esquecida.
E anda a perna tanto ressequida
Quanto o pneu que não roda direito
E os olhos são faróis que o defeito
Torna qualquer imagem distorcida.
No andar de um carro velho me desloco
Com os sinais vitais todos sem foco,
Mas sem qualquer vontade de parar.
Pois mesmo usado, ainda, é possível,
Ir - se o amor for dele o combustível
-,
Aonde quiser o peito lhe levar.
Erigutemberg Meneses