Anjo quebrando louça em catedrais...
Nesta figura tem-se a mulher,
Porque por mais amor que a ela dê,
Insatisfeita sempre pede mais.
Não sabe ser comum como os mortais,
Vivendo a vida como a vida é.
Se diz que ama, o amante que ela vê
É alguém que o pobre não será jamais.
E se o anjo vira cinzas sobre os cacos
Da mulher que se entrega, sob opacos
Vitrais de uma choupana à noite inteira,
Desperta do prazer, apanha os pratos,
E como um querubim, dentre os mais chatos,
Depressa, recomeça a quebradeira.
Erigutemberg Meneses