VINHAS DA AMARGURA

Felicidade era o que eu tinha,
Quando não tinha nada além de amor.
Sorvia a vida como um licor
Extraído por Deus da melhor vinha.

De mim fazia o amor o que quisesse
E eu querendo tão pouco! Tão somente
Alguém de alma branda e carne ardente,
Sem nada haver de si que não me desse.

Que viesse o amanhã! O meu destino
Igualava-se aos sonhos de um menino,
Por mãos afáveis, indo ao futuro.

Perdeu-se aquela tal felicidade,
Nos rastros de quem cheio de saudade
Nas vinhas da amargura eu procuro.

Erigutemberg Meneses