RIO DOS CEDROS

O tempo na represa é diferente:
Na preguiça fingida em cautela,
Os ponteiros alheios à chancela
Das cordas não caminham para a frente.

A tabuada fria e reluzente
Das horas dos relógios, sob a tela
Animada das águas de aquarela,
Não serve a contar nada a gente.

Um dia vale toda a vida eterna
A quem deixa as horas de fadiga
Sob a mata em franca agitação

Das aves que no céu, batendo perna,
Se espantam, quando o estranho àquela vida ,
Indaga impertinente que horas são...

Erigutemberg Meneses