SONETO DO CIÚME

Ciúme é uma faca sobre a língua,
Se à boca, a palavra não se míngua
E um esgoto, que jamais se esgota,
Quando palavras duras se arrota.

Ciúme é um tóxico e vicia
E não se sabe quando se inicia
E um ralo por onde o amor se rala
Quando levado a rodo ele se cala.

Com o seu corrosivo sentimento,
Mata o amor com balas de ciúme
O amante, pistoleiro ciumento.

E assim, por mais que se ame este bandido,
Se o malfeitor não larga o costume,
De nossa vida deve ser banido,

Erigutemberg Meneses