O VELHO E O MAR

Talvez o barco antigo sobre o mar
Não mais resista à força das marés,
Mas o velho infenso ao revés
Ordena que ele volte a balouçar.

Talvez nem queira peixes arrastar.
A saudade reclusa nas galés
Liberta-se e a subir para o convés
Faz o velho de amores recordar.

Talvez ao empreitar essa jornada
Não queira recolher dos portos nada
E o mar enfrente para distrair.

Talvez aprisionado em uma rede
De sonhos queira mitigar a sede
Da vida que deixou de existir.

Erigutemberg Meneses