LABIRINTO

Como num labirinto sem ter volta
Eu vejo vaguear a minha boca
Sobre o teu corpo, fonte sempre pouca
Pra sede do desejo que anda à solta.

E entre paredes quentes a revolta
De não achar saída não espoca
Se a cada ida ouço tua voz rouca
Pedindo e se dá a reviravolta.

Preso ao canto enganoso da sereia
Que chama para a morte na areia
Movediça do corpo eu me sinto.

Mas neste eterno fim sempre em começo
Entre os mil vãos secretos eu padeço
Sem desejar sair do labirinto.

Erigutemberg Meneses