CICLO TERRENO

Sem vida o nosso corpo se comporta
Como se fosse uma mera fruta
Amolecida ao chão sob a retorta
Língua de uma mosca dissoluta.

Macera o inseto a pele morta
A ter vermes e germes na disputa
E à matéria morta pouco importa
O glutão que vencer esta disputa.

Em acre odor mais digno de estrume
Se resuma o mais sutil perfume
Da fruta e do corpo em plena forma.

Da vida então nos resta a certeza
De que a terra é a farta mesa
Em que tudo em comida se transforma.

Erigutemberg Meneses